Está em dúvida entre investir em PGBL ou VGBL? Não tem certeza de quais são as principais vantagens e características de cada uma dessas modalidades de previdência privada?
Antes de fazer uma previdência privada, o investidor precisa entender as características de cada plano.
São dois tipos: o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). A principal diferença entre eles é quanto você irá pagar no imposto de renda.
Veja as diferenças entre os planos de previdência PGBL e VGBL:
O que é PGBL?
A sigla PGBL significa Programa Gerador de Benefício Livre.
Essa é uma das principais formas de investimento em previdência privada hoje no Brasil. Para entender se isso faz sentido para você como investimento, é preciso entender como você declara o Imposto de Renda.
Modelo completo ou simplificado? Essa pergunta faz sentido porque a grande vantagem associada ao PGBL diz respeito à desoneração fiscal.
Quem faz a declaração de Imposto de Renda completa, por exemplo, poderá abater, em cima da base de cálculo do IR, até 12% do total da renda bruta tributável (salários, aluguéis, pensões etc).
Dessa maneira, um sujeito com renda bruta anual de R$ 200 mil poderá obter um desconto de até R$ 24 mil por ano. Mas atenção: só é possível usufruir de tal benefício, desde que contribua regularmente para o INSS.
Além disso, quem adere ao regime simplificado de declaração do Imposto de Renda também não poderá deduzir a aplicação da base de cálculo do IR.
O que é VGBL?
VGBL é a sigla para Vida Gerador de Benefício Livre.
Diferentemente do PGBL, esse investimento é destinado a pessoas que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda.
Isso é, ao declarar o IR, opta-se pelo desconto padrão de 20%, o que implica em abrir mão de outras formas de desoneração.
Tendo isso em vista, mais uma vez, surge a pergunta: por que aderir ao VGBL se eu não terei desconto no Imposto de Renda?
Nenhuma dedução, de fato, acontece. Ao mesmo tempo, a tributação será significativamente menor se comparado ao PGBL.
Pelo VGBL, somente a rentabilidade do plano é tributada.
Na prática, isso significa que, ao final de um ano, um investimento de R$ 10 mil que tenha rendido R$ 150,00, ou seja, passado 12 meses o valor total chegou a R$ 10.150,00, não será integralmente tributo.
Os impostos incidirão apenas sobre o valor de R$ 150,00.
Qual a diferença entre PGBL e VGBL?
Imagine a seguinte situação: você aplicou R$1.000 em um PGBL e outros R$ 1.000 em um VGBL. Após um ano, você tem R$ 1.100 em cada uma delas.
Ok. Agora, imagine que a alíquota do imposto de renda seja de 35%. No caso do PGBL, você pagará de imposto 35% x R$ 1.100. O que dá um total de R$ 385 e um resgate de R$715.
Na aplicação do VGBL, o imposto incide somente sobre os R$ 100 de rendimento. Assim, são 35% sobre R$ 100, o que dá R$ 35 de imposto. Ao final, seu resgata será de R$ 1.065.
PGBL: para quem se destina?
O PGBL é um plano no qual pode-se deduzir as contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12% de sua renda bruta anual.
Ele é aconselhável para pessoas que utilizam o modelo completo de declaração do IR e que desejam complementar a renda após sair do mercado de trabalho, por exemplo.
VGBL: para quem se destina?
O VGBL é mais adequado para quem utiliza o modelo simplificado de declaração de IR ou aos que já ultrapassaram o limite de 12% da renda bruta anual.
Já que é um plano que não paga imposto de transmissão tanto em vida quanto em morte, ele é mais indicado para quem quer fazer sucessão familiar.
Porque investir em um Plano de Previdência PGBL?
A necessidade em investir para a aposentadoria tem ganhado cada vez mais importância nos últimos anos, até pela preocupação em não depender exclusivamente do INSS.
Existem várias maneiras em fazer esse tipo de investimento, podendo ser através de títulos públicos, fundo de investimento em ações ou a tão falada previdência privada.
Entendendo o cenário
No caso do PGBL, é possível deduzir o valor das contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda bruta anual.
Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição de IR.
Mas atenção: esse benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário completo e são tributados na fonte.
Entenda através de um exemplo
Supondo uma renda bruta anual de R$ 100 mil, a pessoa poderá aplicar até R$ 12 mil em um PGBL, de modo que sua base de cálculo para apuração do IR passa a ser de R$ 88 mil (considerando-se, também, que não tenha outras deduções por questão de simplificação).
De uma maneira ainda mais simples, podemos considerar o seguinte:
Renda anual = R$ 100.000,00
Aplicação PGBL = R$ 12.000,00
Nova base de cálculo para IR = R$ 88.000,00
Economia gerada (27,5% sobre os R$12.000) = R$ 3.300,00
Assim, o grande ganho irá ocorrer com o imposto de R$ 3.300 que deixou de ser pago.
Qual a grande vantagem de investir em PGBL?
Você tem duas opções: dar dinheiro para o governo em forma de imposto de renda ou ficar com ele para você e investir em PGBL. Qual delas você acha que vale mais a pena?
Independente da baixa rentabilidade dos planos de previdência privada, é inegável que é muito melhor investir esse dinheiro em PGBL a repassá-lo para o governo na forma de imposto.
Qual a melhor estratégia?
Se você faz a declaração completa do imposto de renda e é tributado na fonte, invista até 12% da sua renda bruta anual em PGBL.
Se tiver disponibilidade para investir mais que isso, aplique a diferença em outras modalidades de investimento,
Tipos de Tributação da Previdência Privada
A modalidade de tributação da previdência privada é outra variável que precisa ser bem avaliada pela pessoa.
Isso porque ela está associada à forma como o investidor será tributado no momento do resgate.
Dessa maneira, ao aderir a um plano de previdência privada – seja ele PGBL ou VGBL -, você será convidado a escolher entre dois tipos de regime de tributação: o progressivo compensável e o regressivo definitivo.
Pelo progressivo, o investidor será tributado pela mesma lógica utilizada para os salários e outros rendimentos na declaração de Imposto de Renda.
Isso é, quanto maior o resgate, maior a alíquota de imposto, sendo que 15% será cobrado no momento do resgate, a título de antecipação de imposto.
Existe uma tabela atualizada anualmente pela Receita Federal que define os percentuais que incidirão sobre as faixas de renda.
Devido a essa conformação, o regime progressivo compensa para quem acredita que não terá um rendimento mensal muito elevado durante a aposentadoria.
Para a tabela progressiva em vigência hoje, um rendimento mensal de até R$ 2 mil, em média, não é tributado, enquanto que quem recebe mais de R$ 4,6 mil, aproximadamente, “sofre” com uma alíquota de 27,5%.
Outro ponto a ser destacado em relação ao regime progressivo é o fato dele ser compensável – daí o nome regime progressivo compensável.
O regime regressivo, por sua vez, premia os investimentos de longa duração.
Na prática, isso significa que, quanto maior o tempo para o resgate, menor a tributação sobre o valor resgatado.
Dessa maneira, se você resgatar o seu plano de previdência em um intervalo de 2 anos – algo nada recomendado – você terá uma alíquota de imposto de 35% sobre o montante de recursos.
Mas se o período para o resgate for de 10 anos, a mesma alíquota cai para 10%.
Nesse caso, estamos falando da menor taxa para aplicações financeiras que não se beneficiam de isenção de Imposto de Renda encontrada no mercado.
Como escolher o melhor plano de previdência para você
O planejamento para a aposentadoria é uma preocupação de muitos brasileiros.
Com isso, é possível entender a alta procura que produtos como os planos de previdência têm, afinal, eles costumam ser os mais associados exatamente com esse objetivo.
1 – Evite taxa de carregamento sempre
A principal pegadinha destes planos é a chamada taxa de carregamento, onde a instituição cobra um valor, que em alguns casos chega a 8% (ou mais) do valor aportado.
Por exemplo: o investidor contribui R$ 1 mil para o plano. Desses, R$ 920 vão para o fundo e R$ 80 para o banco ou seguradora.
Muitos só se dão conta disso anos depois, quando essa taxa pode significar, em diversos casos, quase um ano de rentabilidade ou muitas vezes, é a diferença entre se aposentar bem ou não se aposentar.
2 – Saiba se você precisa de um PGBL ou um VGBL
Muitas vezes os grandes bancos nem se preocupam em explicar as diferenças, muito menos em oferecer a opção que você precisa. E o resultado final disso pode ser desastroso se você optar pelo tipo errado.
O PGBL deve ser usado se você paga imposto de renda, a contribuição pode ser de até 12% da sua renda bruta, assim, ao invés de pagar o leão, você contribui para o seu futuro.
O VGBL deve ser usado caso você queira contribuir com valores maiores do que os 12% da sua renda bruta ou se você é isento de imposto de renda.
Se você não fizer a opção correta, pode acabar pagando muito mais imposto do que o necessário.
3 – Cuide com atenção de seu dinheiro
Sem dúvida, a grande dica é: busque conhecimento e administre você, juntamente com um profissional, esse sonho.
Não terceirize nem delegue isso a terceiros.
No começo pode não ser tão fácil, mas, sem dúvida, compensa muito.
4 – Procure baixas taxas de administração fora do banco
As taxas de administração também costumam ser mais baixas em seguradoras independentes do que em seguradoras de grandes bancos de varejo, bem como as rentabilidades costumam ser maiores, basta uma pesquisa rápida para ver.
Como estamos falando de investimentos para 20, 30 40 anos, qualquer percentual a mais na remuneração do fundo faz muita diferença lá no final.
5 – Use a portabilidade
Se você já começou um VGBL ou PGBL, não se desespere.
Procure um profissional independente e faça uma avaliação, afinal, portabilidade é direito, não custa nada e, hoje em dia, podemos fazer tudo de forma digital.
É muito simples e prático, como trocar de operadora de celular.
PGBL e VGBL: Conclusão
Em se tratando de investimentos, cada caso é um caso. É importante entender as características dos planos para saber qual se adequa melhor à sua realidade.
Imposto sobre o investimento, cobrado na fonte e imposto devido. São variáveis a se considerar para fazer as contas e encontrar a melhor opção.
Pesquise, leia, entenda e busque suporte profissional.