Para os investidores da renda fixa, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma sigla conhecida. Afinal, boa parte das aplicações pós-fixadas têm sua rentabilidade atrelada ao CDI.
Nelas estão incluídas a maioria dos CDB (Certificados de Depósitos Bancários), LCI (Letras de Créditos Imobiliários) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) emitidas pelos bancos.
Por exemplo: um CDB pós-fixado pode render 110% do CDI em um banco médio e 80% do CDI em um banco grande. A explicação está relacionada com o risco de crédito (calote do pagamento), que no caso dos bancos maiores é menor do que nas instituições de médio porte.
Mas afinal, você sabe o que é o CDI?
O CDI foi criado para lastrear as operações de curtíssimo prazo entre os bancos. Estas instituições têm necessidade manter o equilíbrio do caixa diariamente e para isso elas emitem este título.
Esse sistema gera fluidez ao mercado financeiro, pois o banco que tem excesso de depósitos em um dia cobre com a emissão de CDI aquele banco que tem excesso de saques no mesmo dia.
A taxa média diária do CDI (CDI Over) é calculada com base nas operações de emissão de certificados de um dia e é sempre muito próxima da taxa de juro básica da economia – a Selic.
Por ser muito importante no mercado interbancário, o CDI acaba servindo de referência para outras taxas praticadas pelos bancos e também é utilizada como referencial (benchmark) para a rentabilidade das aplicações financeiras, principalmente de renda fixa.
Ela também é conhecida como taxa livre de risco brasileira, ou seja, a taxa que garante retorno com o mínimo de risco possível.
Qual o CDI hoje?
CDI Histórico – Gráfico
Qual o CDI em determinado período? CDI Mensal, CDI Anual ou CDI entre datas?
Para saber exatamente qual foi o CDI em determinado período ou data basta clicar aqui como sinalizado na imagem abaixo:

Posso Investir em CDI?
Não, você pode investir apenas em títulos atrelados ao CDI, ou seja, que pagam um percentual dessa taxa.
Exemplo: uma LCI que paga 95% do CDI com carência de dois anos e aplicação mínima de R$ 20.000,00.
Se você colocar seu dinheiro nessa opção, você estará investindo em uma aplicação atrelada ao CDI.
Estes títulos são como empréstimos de curtíssimo prazo (1 dia) feitos entre as instituições financeiras a fim de sanarem o seu caixa.
Por regra do Banco Central, os bancos precisam finalizar o dia com saldo positivo no caixa, ous seja, se em um dia eles tiverem saques acima do previsto e que superem os depósitos fechando o dia negativo é necessário pegar dinheiro emprestado por exigência do Banco Central, para fazer esta operação de curtíssimo prazo (1 dia) fazem este empréstimo de outro banco que tenha tido um saldo positivo através do CDI, Certificado de Depósito Bancário.
E a taxa média dos CDIs de um dia virou o benchmark ou padrão para o custo do dinheiro em todos os tipos de empréstimos ou investimentos.
É por isso que você vai ver a maior parte dos investimentos rendendo um percentual do CDI .
Ex: 110% do CDI.
CDI: Para que serve?
Como dito anteriormente, a taxa cobrada pelos CDIs de um dia (Certificados de Depósito Interbancário), passou a ser utilizada como a taxa de referência para todas as aplicações financeiras bem como todas as operações de crédito do sistema financeiro.
Isto porque o CDI é o custo pago pelos bancos quando pegam dinheiro emprestado ou o custo pago pelo empréstimo tomado de outros bancos. Estas transações representam a maior parte do volume de crédito diário no país.
Com o passar do tempo, os investimentos considerados mais seguros e simples do mercado passaram a ser baseados nesta taxa, então ela acabou sendo chamada de taxa livre de risco.
Assim, em toda o tipo de análise de investimentos, o projeto em questão tem de ser comparado (benchmark) com o CDI. Afinal, de que adianta aplicar um grande capital em um empreendimento (como abrir um negócio) se este não conseguir render pelo menos o CDI?
Faço este tipo de comparações muitas vezes, inclusive utilizando a ferramenta que está no início do artigo. Nela você coloca a taxa inicial, a data final e descobre em quantas vezes uma aplicação que rende 100% do CDI teria multiplicado seu dinheiro.
CDI como Benchmark para investimentos
Quando você faz um projeto de investimento, o seu desempenho vai ser sempre comparado ao CDI, pois como dito acima ele é a referência para retornos.
Imaginando que você tenha um investimento que considera interessante e que o mesmo rendeu 0,9% naquele mês. Como saber se este foi um bom ou um mau investimento? Basta comparar com o CDI.
Se o CDI para o mesmo mês foi de 1,00%. Quer dizer que o seu investimento rendeu somente 90% do CDI (0,9%/1% = 0,9 ou 90%), ou seja, ficamos abaixo da meta que era igualar o CDI.
A partir de agora, sempre que você quiser “medir” um investimento, saiba que ele tem que “vencer” o CDI.
No início do artigo você viu que a maior parte dos CDBs são sempre apresentados com uma rentabilidade relativa ao CDI (100% do CDI, 112% do CDI, 116% do CDI). Mas também os Fundos de investimentos apresentam sua performance passada comparada com o CDI.
No gráfico abaixo, mostramos a comparação entre um Fundo de Crédito contra o CDI, repare que o fundo rende acima do CDI e por isso sua Rentabilidade relativa é maior do que 100% do CDI (média de 125% do CDI). Clique aqui ou no gráfico para vê-lo atualizado!

Na imagem, na linha preta, temos a evolução do CDI e em vermelho a evolução do fundo que tem rendido em média 135% do CDI. Veja que no longo prazo este crescimento extra, gera um grande diferencial de rentabilidade.
Quanto Rende o CDI?
Por se tratarem de títulos que tem lastro em Títulos do Tesouro, o CDI tem rentabilidade que flutua em torno da SELIC. Quando o dinheiro é escasso no mercado, o CDI fica um pouco acima da SELIC e quando o dinheiro é farto, o CDI fica pouco abaixo da SELIC.
O CDI é sempre expresso em termos anuais, mesmo que a maior parte das operações de CDI, sejam feitas para o prazo de um dia. Todas estas operações são feitas de maneira eletrônica e registradas na CETIP, responsável no Brasil pelo registro das operações deste tipo no mercado financeiro.
A Taxa CDI mais amplamente adotada no mercado é a DI-Over, publicada pela CETIP – já que é ela quem registra as operações. Ela é calculada como a média das operações transacionadas num único dia, desconsiderando as operações dentro de um mesmo grupo financeiro.
Vantagens do CDI
Investir em aplicações atreladas ao CDI é uma forma de ter uma perspectiva confiável de rendimentos.
A bolsa de valores, por exemplo, não se associa ao CDI.
Trata-se de uma aplicação muito interessante, que pode potencializar ganhos e até reduzir riscos em um portfólio de investimentos diversificado, que é aconselhado para quem possui sólidos conhecimentos sobre investimentos. Mas não conta com a garantia de pagar um rendimento próximo do CDI.
Ou seja, você pode investir em ações e ver o papel despencar no mercado e aí, de olho no longo prazo, esperar que ele se recupere.
Em um CDB, por outro lado, você tem uma taxa normalmente pós-fixada que define um rendimento em relação ao CDI.
CDI e a Taxa Selic
O CDI e a Taxa Selic andam bem próximos, quase de mãos dadas.
O resumo é o seguinte: a CDI é a taxa que instituições financeiras pagam uma à outra na tomada de empréstimos, enquanto a Taxa Selic é o juro pago às instituições financeiras por títulos do governo.
A CDI depende da Taxa Selic, cuja meta é definida periodicamente pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
Esse grupo do governo se reúne para decidir se a economia interna precisa de maior ou menor aperto nos juros de crédito.
Entenda melhor a partir de três cenários possíveis:
- Quando a economia está crescendo a taxas consideradas suficientes e a inflação está sob controle, os juros tendem a permanecer no mesmo patamar.
- Quando a inflação está alta, os juros são elevados, o que representa um freio para o consumo, que depende do crédito.
- Quando as perspectivas de inflação estão dentro da meta, é hora de reduzir os juros.
É nesse último caso que a economia brasileira se encontra agora. A perspectiva é de novas quedas de juros, até um patamar inferior a 9% ao ano. Atualmente, a Selic é de 8,15% ao ano.
Como base de comparação, o CDI em 2016 foi de 14% no acumulado do ano, enquanto a Selic ficou em 14,18%.
Investimentos que rendem CDI além dos fundos de investimentos
Ter uma rentabilidade alta atrelada ao CDI significa uma segurança grande, já que o índice segue de perto a Selic.
CDB
O CDB é o Certificado de Depósito Bancário. Trata-se de um título emitido pelo banco ou pela corretora para captar dinheiro para emprestar a terceiros.
A instituição financeira normalmente paga, pela alocação dos recursos, um percentual do CDI.
Em investimentos como esses, geralmente a rentabilidade aumenta conforme o tempo de investimento.
É importante ter atenção, porém, para esse prazo, já que ele significa uma liquidez apenas no momento do vencimento do título.
Assim, você pode comprar títulos com vencimentos diferentes, para ter liquidez em diferentes momentos e se proteger de quaisquer eventos extraordinários.
Uma característica importante do CDB é que ele é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito, que banca o saldo em caso de quebra da instituição financeira (até o limite de R$ 250.000,00 por CPF e por instituição).
Não há cobrança de taxa de administração, e o Imposto de Renda sobre os rendimentos varia de 22,5% a 15%, conforme o tempo do investimento. Até 180 dias, 22,5%. De 181 a 360 dias, 20%. De 361 a 720 dias, 17,5%. E acima de 720 dias (dois anos), 15%.
LCI
A LCI é a Letra de Crédito Imobiliário. É uma forma de investir em imóveis sem imobilizar o capital como se estivesse comprando um apartamento ou casa.
Por incentivar esse tipo de negócio, a LCI não paga Imposto de Renda, o que é uma grande vantagem.
Como no caso dos CDBs, as LCIs, geralmente, também apresentam rendimento maior conforme o tempo do investimento.
É importante notar, da mesma forma, que não há liquidez nessas aplicações antes do vencimento do título.
Um diferencial da LCI é que sobre essa aplicação não incide Imposto de Renda. Ou seja, você pode contar com o rendimento inteiro, sem se preocupar com IR ou taxa de administração.
E assim como o CDB, a LCI também é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito, com as mesmas condições, o que a coloca em um patamar de segurança semelhante ao da poupança, por exemplo.
LCA
Uma LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) funciona de maneira muito semelhante a uma LCI, pois obedece às mesmas diretrizes de retorno e segurança.
Ela se diferencia em seu propósito, que é o investimento em agropecuária.
Da mesma forma que as LCIs, as LCAs são protegidas pelo Fundo Garantidor de Crédito, não pagam Imposto de Renda.
LC
As LC (Letras de Câmbio) não devem ser confundidas com fundos de ações ou investimentos atrelados a moedas.
Na verdade, são títulos semelhantes ao CDB. A diferença é que são emitidos por uma financeira, e não por um banco.
Eles têm a proteção do Fundo Garantidor de Crédito, a incidência do Imposto de Renda (22,5% a 15% dos rendimentos, dependendo do período de aplicação) e carência mínima para o resgate que varia muito conforme a corretora ou banco de investimentos.
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Converse com os autores do nosso blog, como profissionais do mercado financeiro podem lhe ajudar a achar investimentos que rendam mais que o CDI.
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