Se você deseja ter sucesso do mundo dos investimentos, uma boa ideia pode ser investir no longo prazo.
Segundo ensinamento do economista Bill Bonner, “Se você olhar com cuidado, quase todos os segredos do mercado podem ser atribuídos a uma única fonte: uma perspectiva de longo prazo.”
Isso explica parte do sucesso de gigantes do mercado financeiro, como o bilionário norte-americano Warren Buffett ou o brasileiro Luiz Barsi.
No mundo do agora, paciência é uma virtude escassa e as metas estabelecidas costumam ser focadas em prazos curtos, sufocadas pela ansiedade em vencer de forma imediata.
Só que esse não é o ritmo natural do mercado.
Investimentos que têm como período mínimo de aplicação o prazo de 7 anos são considerados de longo prazo e costumam gerar ótimos ganhos para quem deseja estabilidade financeira na aposentadoria ou conservação do patrimônio, por exemplo.
Fundos de Infraestrutura, debêntures, fundos de ações, Tesouro IPCA+ ou compra e venda direta de ações (para os mais experientes), são alguns exemplos desse tipo de investimento.
Os riscos dos investimentos financeiros de longo prazo variam de acordo com a natureza do ativo. Um fundo de ações, por exemplo, possui risco mais elevado do que uma compra de títulos do Tesouro, com vencimento em 2050.
Vale lembrar, entretanto, que os riscos são proporcionais ao potencial de rentabilidade.
Daí a importância de contar com um especialista em mercado financeiro para auxiliar a definir o perfil do investidor, bem como as melhores opções de aplicação.
Por que vale a pena investir no longo prazo? Quais são as vantagens?
Ter paciência é um dos principais pontos que podem te ajudar a ter sucesso nos investimentos, pois é no longo prazo onde se concentram as melhores oportunidades.
Veja alguns motivos para concentrar seus objetivos em prazos mais longos.
A história está do lado dos investimentos a longo prazo
Se observar observar com calma as cotações das principais empresas da Bolsa de Valores, vai perceber que no longo prazo, elas tendem a apresentar resultado positivo.
Um exemplo é o Itaú (ITUB4), na última semana (entre o dia 4 e 8 de novembro) o valor das ações passou por uma desvalorização de 0,66%.
Contudo, olhando para o longo prazo, o resultado é muito diferente. No últimos 10 anos, entre janeiro de 2009 e novembro de 2019, as mesmas ações acumulam ganhos de mais de 780%.
Outro exemplo são as ações da Petrobras. Quem comprou o papel no início de 2009, conseguiu, em muitos casos, pagar um valor menor do que R$ 12.
No entanto, em decorrência de vários escândalos de corrupção envolvendo a companhia, os preços caíram muito. As ações da Petrobras chegaram a ser negociadas abaixo dos R$ 4 entre o final de 2015 e o ínicio de 2016.
Contudo, para quem teve paciência o resultado foi positivo. Atualmente as ações PETR4 são negociadas em torno de R$ 30, ou seja, quem comprou em 2009 e teve paciência, hoje conta com cerca de 150% de lucro.
Possibilidade de consertar pequenos deslizes
Se as decisões de compra de papéis não se mostraram acertadas, reduzir as perdas pode ser impossível se você estiver em uma aplicação de curto ou curtíssimo prazo.
É o caso de quem está com posições vendidas em day-trade alavancado (venda de ações para recompra posterior, com dinheiro emprestado da corretora).
Neste caso, o investidor terá obrigatoriamente que recomprar as ações antes do final do pregão, ainda que o valor da ação não esteja baixo.
Já se o investidor está mantendo posições compradas pensando no longo prazo e com base nos fundamentos da empresa da qual é sócio, as flutuações diárias do mercado não o afetarão.
Da mesma forma, se algum movimento não foi adequado, há tempo para recuperar o prejuízo. A chance de apagar o que se fez de errado, no mercado financeiro, definitivamente, não tem preço.
Menor alíquota de Imposto de Renda
A mordida do Leão é mais piedosa com quem tem investimentos financeiros focados no longo prazo.
No caso dos fundos de renda fixa, por exemplo, a Receita Federal utiliza a tabela regressiva, o que significa que, caso você retire o valor aplicado antes de 180 dias, será taxado em 22,5%.
Entretanto, caso o resgate do valor aplicado seja solicitado após 720 dias, a tributação cai para 15%.
Está aí um ponto de maximização de lucros dos investidores de longos horizontes, em relação aos mais impetuosos.
Investindo no longo prazo é possível traçar estratégias mais assertivas e evitar o pânico
As oscilações diárias do mercado não abalam o investidor de longo prazo.
O estresse econômico e político, além das notícias do cenário internacional, são alguns fatores que provocam pânico nos mercados, jogando cotações de ativos ao abismo, venda de dólares em massa, além de outros movimentos emocionais que podem levar o investidor a um ataque de nervos.
Isto é, o investidor de curto prazo. Porque o investidor com os olhos no futuro dorme tranquilo, com o reconfortante sono dos deuses.
Como Investir no Longo Prazo
Se você chegou até aqui, já percebeu que investir no longo prazo pode te ajudar muito na busca pelo sucesso dos investimentos.
Mas você pode estar pensando: ok, mas como fazer isso? Afinal de contas, fazer planos para datas muito distantes pode ser bastante complicado, visto que é mais fácil saber o que pode acontecer amanhã do que o que pode acontecer daqui a 10 anos.
Mas a resposta para essa pergunta não é tão complicada.
Em primeiro lugar, antes de começar a investir, você deve fazer uma boa avaliação das suas finanças pessoais, e então definir quanto poderá investir mensalmente.
Depois disso, você precisa traçar os seus objetivos, que podem ser, por exemplo, fazer uma viagem, aposentar com uma renda maior ou mesmo alcançar a sua independência financeira.
Feito isso, divida esses objetivos em metas de prazos menores, isso vai te ajudar a manter um maior controle dos investimentos.
Por exemplo, se o objetivo é para daqui a 30 anos, você pode traçar metas para 2 anos depois 5 anos depois 10 anos, 20 anos, 30 anos.
Imagine, que seu objetivo é juntar R$ 1 milhão em 30 anos. Você pode começar com uma meta de juntar R$ 20 mil em 2 anos, por exemplo.
Depois disso, escolhe os melhores os ativos para você e comece a investir.
É importante que a sua carteira de investimento seja compatível com os seus objetivos e com o seu perfil de investidor. Por isso na hora de escolher onde investir, sempre leve em consideração esses fatores.
Depois que começar a investir, você deve acompanhar o desempenho das suas aplicações e fazer reformulações se for necessário.
Mas evite acompanhar o mercado o tempo todo. As oscilações naturais do dia a dia podem te deixar preocupado e te levar a tomar decisões erradas.
Exemplos de categorias de investimento
Uma boa dica para melhorar a performance dos seus investimentos é diversificar a sua carteira, por isso vamos falar de algumas opções de investimentos que você pode usar na sua carteira de longo prazo.
Ações
O investimento direto em ações, comprando e vendendo ativos através de um Home Broker (sistema para acesso aos ativos comercializados na Bolsa de Valores) é recomendado apenas a investidores experientes.
Nesse caso, a obtenção de lucro depende de profundos estudos de análise técnica (variação das ações no gráfico) ou fundamentalista (saúde financeira da empresa ao longo do tempo).
Todavia, o esforço pode valer a pena. As ações da Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, se valorizaram 114% em 2019, até o dia 11 de novembro.
Fundos de investimento
Os fundos de investimento são uma maneira mais segura de entrar no mercado financeiro.
Isso porque um fundo é um tipo de aplicação financeira em que a soma dos recursos de todos os cotistas (investidores) constitui um patrimônio, que será controlado por um gestor (especialista no mercado financeiro), a quem está incumbida a tarefa de selecionar os melhores investimentos, de acordo com a natureza do fundo.
Um fundo multimercado, por exemplo, será formado por um mix de ativos de renda fixa e variável, de modo a diversificar a carteira e proporcionar bons ganhos a partir da rentabilidade média de todos os ativos gerenciados.
Os lucros serão repartidos entre os cotistas na proporção de sua participação. Fundos de ações (que têm 67% da carteira centralizada em ações) também são boas opções para quem pensa no longo prazo.
Fundos Imobiliários
Os fundos imobiliários são um tipo de fundo bem parecidos como qualquer outro, porém, nesse caso, o dinheiro dos cotistas é destinado para investimentos no setor imobiliários.
Alguns fundos mantém maior parte da carteira em imóveis físicos, esses são os fundos de tijolo. Enquanto isso, existem os fundos imobiliários que investem o seu patrimônio em títulos do setor, esses são os fundo de papel.
Um característica interessante desse tipo de fundo, que tem atraído muito investidores, principalmente aqueles que buscam viver de renda, é o pagamento mensal de rendimentos.
Os fundos imobiliários distribuem para seus acionistas o valor dos aluguéis, como pagamentos mensais, no caso dos fundos imobiliários de tijolo.
Já os fundos imobiliários de papel, distribuem parte do rendimento de seus títulos como remuneração aos seus cotistas.
Se você quiser saber mais sobre os Fundos Imobiliários e o momento certo de comprar e vender um fundo, veja o vídeo que preparamos para você:
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional (criado em 2002), desenvolvido em parceria com a BM&FBovespa para comercialização de títulos públicos para pessoas físicas através da internet.
Trata-se de um investimento de renda fixa, de baixíssimo risco de crédito, em que o Governo Federal vende títulos para se financiar, em troca de pagamento de juros.
O Tesouro Direto, é bastante acessível e permite aplicações a partir de R$ 30.
Existem títulos prefixados, em que o investidor já sabe o percentual de rendimento no ato da compra dos papéis (ideal para momentos de juros altos), pós-fixados, atrelados à Taxa Selic e híbridos, em que parte do rendimento é prefixada e outra parte pós-fixada atrelada à inflação.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio LCA
As LCIs e LCAs, são títulos de renda fixa emitidos pelos bancos para a captação de recursos para financiamento dos setores imobiliários no caso das LCIs e do agronegócio no caso das LCAs.
Esse tipo de investimento é bastante seguro, já que conta com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para investimentos de até R$ 250 mil reais por CPF, por instituição, respeitando o limite de R$ 1 milhão.
Além disso, das LCIs e LCAs é a isenção do Imposto de Renda. Como se tratam de títulos emitidos para desenvolvimento de setores estratégicos da economia, esses títulos são isentos de IR.
Dicas para ter Sucesso nos Investimentos Financeiros de Longo Prazo
Antes de qualquer coisa, é preciso entender que todo investimento está sujeito à risco e todo investidor pode cometer erros.
Porém, existem medidas que você pode adotar para minimizar os riscos e evitar os erros.
Veja algumas dicas para ter sucesso nos investimentos longo prazo.
- Movimentos de curto prazo não devem assustar o investidor. Aplicações em ativos sólidos irão prosperar;
- Fuja dos “micos” da Bolsa de Valores. O altíssimo risco de aplicar em empresas sem fundamentos não compensa a potencial rentabilidade casual. Seria como ficar milionário em jogos de azar;
- Escolha uma estratégia e siga-a religiosamente até o final;
- Reaplique os ganhos obtidos;
- Não se esqueça do retrovisor, mas foque no para-brisa: dê mais atenção ao potencial do que aos resultados perdidos no passado;
Diversifique sua carteira de investimentos financeiros
Nós já falamos de alguma dicas de como ter sucesso nos seus investimentos, mas, mas aqui vai a última e uma das mais importantes: diversifique sua carteira de investimentos.
Diversificar sua carteira de investimentos é muito importante para diluir os riscos, e pode te ajudar a conseguir uma boa rentabilidade mesmo quando um ativo não vai bem.
Por exemplo, colocar ativos de renda fixa e outros de renda variável pode te ajudar a aproveitar momentos distintos dentro da economia.
Em um cenário de taxa de juros baixo, por exemplo, a renda fixa tende a exibir retorno menores, enquanto as ações tendem a ser mais rentáveis.
Ou, ainda, falando somente de ações, algumas empresas podem, por exemplo, se beneficiar de um contexto com câmbio desvalorizado, como as empresas exportadoras, enquanto isso, empresas que importam sua matéria-prima, tendem a se beneficiar mais de um cenário de valorização do real.
Por isso, é importante sempre manter uma boa diversificação da sua carteira.
Investimento de Longo Prazo ou de Curto Prazo, qual é melhor?
Cada um desses investimento tem uma proposta diferente. Os investimentos de longo prazo, são mais interessantes para quem tem objetivos para um futuro mais distante, como aposentadoria, por exemplo.
Enquanto isso, os investimentos de curto prazo são essenciais para a proteção de capital e são indicados para quem pode precisar do seu dinheiro a qualquer momento.
Dessa forma, é importante manter o foco no longo prazo, porém fazer uma reserva de emergência em uma aplicação com maior liquidez, isso vai te ajudar evitar problemas caso precise de dinheiro rápido para suprir alguma eventualidades.
Algumas opções de investimento de curto prazo para reserva de emergência são:
- Tesouro Selic
- Certificado de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária
- Fundos DI
- LCI e LCA com liquidez diária
Agora que você conheceu um pouco mais sobre os investimentos a longo prazo, assine nossa newsletter e continue descobrindo os segredos do mercado financeiro! Sucesso e, como sempre, olho no mercado!