Você está pensando em diversificar suas aplicações e montar uma boa carteira de investimentos?
Esse é um passo importante para reduzir riscos, elevar o potencial de ganhos e criar uma estratégia de rendimentos que faça o seu dinheiro crescer, independentemente do cenário econômico.
Se as linhas acima fizeram sentido para você, siga a leitura: temos muitas dicas para levá-lo a um patamar mais elevado nas finanças.
Uma forma de fazer com que sua riqueza seja aumentada é investindo seu dinheiro. Há diversas opções de investimento no mercado, para todo tipo de investidor. Desde os que não toleram riscos até aqueles eu aceitam se arriscar mais se a possibilidade de ganhos for maior.
Para investir com eficácia, é preciso montar uma carteira de investimentos e fazer com que ela esteja adequada ao seu perfil de investidor.
O que é uma carteira de investimentos?
Ela é a sua vitrine de investimentos, onde todos estarão alocados. Sua carteira será composta de ativos e eles se valorizarão periodicamente para fazer com que seu conjunto de investimentos ganhe valor.
O objetivo de toda carteira de investimentos é muito claro: aumentar a riqueza do investidor conforme o tempo for passando. Analogamente, é como se o seu dinheiro investido nos ativos fosse uma semente e a carteira de investimentos fosse a terra. Juntos, ambos gerarão frutos para uso de quem semeou.
Carteira de investimentos é o conjunto de aplicações do investidor, seja pessoa física ou jurídica. Também chamada de cesta e portfólio de investimentos, ela reúne todos os ativos financeiros que você escolhe para fazer seu dinheiro crescer, tanto em renda fixa quanto variável.
Não é apenas o investidor mais experiente que precisa se informar a respeito da carteira de investimentos. Qualquer um que leve seu dinheiro a sério deve buscar informações sobre as melhores formas de compor sua cesta de aplicações. Essa medida não visa a apenas lucrar mais, mas também se proteger.
Ao diversificar os investimentos, você potencialmente corre menos riscos, já que não está deixando o seu dinheiro em apenas um lugar (regido por um conjunto enorme de variáveis, nem todas possíveis de antever). Assim, repartir o capital em mais ativos costuma proporcionar maior segurança financeira.
Um investidor iniciante, que não tem grandes conhecimentos sobre o mercado financeiro e sobre a economia, poderia alocar toda a sua reserva na poupança, por exemplo.
Há uma visão distorcida de que esse seria um investimento “blindado”, à prova de erros, completamente seguro.
Bem, na prática, não é bem assim. Quem fez isso no início de 2015, perdeu dinheiro ao longo do ano. Surpreso? Vamos às contas.
Quando a taxa de juros básicos da economia brasileira, a Selic, está acimade 8,5%, a poupança rende 0,5% ao mês mais uma Taxa Referencial (pequena, de cálculo complexo).
Com a inflação de 10,67% registrada há dois anos, o investidor que deixou seu dinheiro na caderneta perdeu 2,28% de poder aquisitivo.
Isso não significa que o valor guardado foi reduzido, mas que ele compra menos do que antes da aplicação.
Por isso, procurar mais informações sobre carteira de investimentos e conhecimentos sobre finanças faz muito bem ao seu bolso.
A seguir, você vai aprender mais sobre o tema e descobrir na prática como usar esses conceitos em prol do seu dinheiro.
Do que é composta uma carteira de investimentos?
Você pode comprar bens ou direitos para constituírem uma carteira de investimentos. Imóveis e terrenos são os ativos tangíveis mais comuns, já os intangíveis são os títulos mobiliários, ações de empresas, derivativos, patentes, investimentos financeiros, tais como CDB, fundos e títulos públicos.
Também é possível investir em moedas estrangeiras. As que tem mais liquidez são o dólar dos Estados Unidos, a libra esterlina e o Euro. Existe tanto a possibilidade de se adquirir o papel-moeda quanto os fundos cambiais, os quais acompanharão a cotação da moeda principal, mas dispensam a necessidade de o investidor manter a posse física da moeda — funcionando como um fundo de investimento comum, negociado em cotas.
A carteira ajuda a organizar seus investimentos
Quando se fala em curto, médio e longo prazo é preciso ter organização em relação aos investimentos que constarão de sua carteira. Objetivos de longo prazo normalmente estarão mais ligados a títulos de pouca exposição a riscos, tais como títulos de dívida pública.
Conforme o prazo de realização (ou seja, o período em que o recurso permanecerá investido até o resgate) for crescendo, a exposição aos riscos pode ser um pouco aumentada, mas tudo dentro do perfil de investidor previamente identificado. Antes de iniciar qualquer investimento, é importante que seja feito esse teste para que os investimentos sejam realizados de maneira coerente.
Para objetivos de médio prazo, os riscos podem ser relativamente elevados em uma pequena parcela do total investido, algo em torno de 20% a 30%. Esse valor ajudará a aumentar o retorno obtido e, caso gere algum resultado negativo, será coberto pela maior parte do investimento que está com menor risco.
Em prazos mais dilatados para realização, essa exposição a riscos pode chegar a 40%, dependendo do perfil do investidor. Isso porque haverá mais tempo para se recuperar de eventuais perdas e esse perfil possibilitará a elevação exponencial dos valores investidos.
É muito importante, também, que a carteira de investimentos seja revista, no mínimo, uma vez ao ano. Esse procedimento deve ser realizado para identificar se os retornos obtidos estão de acordo com o esperado. Caso esteja muito abaixo, é hora de realocar os valores. Ajustes com relação à exposição também devem ser feitos após essas revisões.
Como montar uma carteira de investimentos?
Após identificar o seu perfil de investidor e os prazos de realização dos seus investimentos, é hora de pôr a mão na massa e montar a sua carteira. O procedimento seguinte é definir a sua estratégia como investidor. Serão comprados títulos de ações ou ações propriamente ditas? Na renda fixa, serão adquiridos títulos de dívida pública ou fundos de investimentos?
Os seus investimentos devem ser analisados em conjunto e não como uma série de ações isoladas, pois isso ajudará demais na obtenção de resultados no longo prazo. Sendo assim, identifique tudo que será adquirido antes de comprar o primeiro título ou a primeira ação.
Montar uma carteira de investimentos depende de um diagnóstico de suas finanças e de sua situação socioeconômica. Com uma análise apurada dos números que envolvem a sua vida, você pode criar uma estratégia que faça o seu dinheiro render mais sem riscos adicionais.
Parece complicado? Não é.
Sua carteira de investimentos deve refletir a sua situação e as suas perspectivas.
Nesse levantamento, você precisa levar em conta quanto dinheiro ganha mensalmente, quanto gasta, quais são as despesas extraordinárias para os próximos meses (e até anos!) e quaisquer outras informações que vão impactar na sua necessidade de capital.
Assim, não adianta tomar o exemplo do portfólio de outra pessoa, pois ele pode não servir para o seu caso.
Um exemplo básico: se você investir em ações neste momento e precisar do dinheiro daqui a duas semanas, a chance de sucesso é baixíssima, já que a bolsa de valores é um ambiente de volatilidade, mais favorável ao investimento de longo prazo.
Outra situação hipotética: você investe hoje em uma LCI (Letra de Crédito Imobiliário) com carência de 90 dias, sofre um acidente de carro na semana que vem, fica sem dinheiro e precisa tomar um empréstimo com juros altos para bancar o conserto do veículo. Péssimo negócio.
Além da liquidez (possibilidade de converter o investimento em dinheiro sem perda de valor), você precisa também considerar sua disposição a oscilações, seu conhecimento financeiro, sua disponibilidade de tempo, entre muitos outros fatores.
Para levar em conta todas as variáveis envolvidas, é interessante analisar o seu perfil de investidor, tema do nosso próximo tópico. Acompanhe.
Descubra seu perfil de investidor
Para simplificar as suas decisões ao montar uma carteira, é interessante descobrir qual é o seu perfil de investidor.
Essa é uma divisão básica para definir quais são as aplicações mais apropriadas para cada um, de acordo com critérios como a aversão ao risco.
Abaixo, vamos mostrar quais são os perfis, dar exemplos de cada um e mostrar em qual deles você se encaixa. Curioso para identificar o seu?
As classificações abaixo são adotadas pelo BTG Pactual e podem variar de acordo com a Instituição Financeira.
Conservador
O perfil conservador busca o mínimo de insegurança, o máximo de previsibilidade e, se possível, risco zero em todos os seus investimentos.
Ações de empresas estão descartadas por sua volatilidade. Ele prefere não perder, mesmo que para isso deixe de ganhar.
Moderado
O perfil moderado tem uma mínima exposição ao risco no curto prazo, desde que seus objetivos estejam garantidos no médio e no longo prazo. Busca uma geração de renda constante, previsível, com pouca volatilidade.
Balanceado
O perfil balanceado já tolera alguma volatilidade e oscilações de curto e médio prazo. Mas assim o faz com a condição de que a maior parte de suas reservas estejam alocadas em investimentos de renda fixa, previsível e constante.
Crescimento
O perfil de crescimento busca ampliação do capital, mesmo que isso signifique risco no médio prazo. Tolera a volatilidade da renda variável, pois sabe que, no fim, seus objetivos de valorização poderão ser alcançados.
Sofisticado
O perfil arrojado encara o risco como um potencial em vez de uma insegurança. A volatilidade está presente em seu repertório não apenas nas ações, mas também nas opções.
Escolha o prazo da sua aplicação
Além da tolerância ao risco e à volatilidade, um fator muito importante nessa equação de investimentos é o prazo para o retorno do investimento.
Ao considerar esse tempo, lembre que, mesmo que você mire o curto prazo em alguns tipos de aplicação, deve encarar a sua carteira de investimentos sempre pensando em um período longo de tempo.
Curto prazo
O curto prazo envolve investimentos de duas semanas a dois anos. É tipo de prazo que iniciantes devem evitar.
Se você tem menos de sete meses até que precise daquele dinheiro, procure alternativas em renda fixa, como títulos do Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA, sempre de olho na carência e na liquidez.
Para quem já tem experiência em investimentos, o curto prazo pode conter aplicações em opções e ações no Day Trade (quando a operação é de compra e venda do lote no mesmo dia).
Médio prazo
Para um período de tempo maior, de dois a cinco anos, a redução de riscos é mais fácil de ser alcançada.
Nesse caso, você pode compor uma carteira de investimentos que tenha fatia maior em renda fixa (títulos do Tesouro pré e pós-fixados, LCI e LCA, CDB) e um percentual menor em renda variável (fundos de investimento e até ações de empresas listadas na Ibovespa, o índice da bolsa brasileira, caso esteja confortável).
Longo prazo
O longo prazo, superior a cinco anos, é o horizonte que todo investidor deve mirar para sua carteira de investimentos.
Contando com esse tempo, é interessante considerar, dependendo do seu nível de conhecimento e conforto, uma fatia maior de seu portfólio para as ações de grandes empresas (sempre diversificando os ramos de atuação e os papéis), títulos do Tesouro pré e pós-fixados para um prazo maior (por exemplo, 20 anos) e uma parcela em LCI, LCA e CDB para montantes menores, que precisarão ser usados ao longo do ano.
Escolha o risco que deseja assumir
A tolerância ao risco é muito importante na sua composição da carteira de investimentos.
Lembre-se, porém, de que um portfólio como um todo não deve ter grande risco, a menos que você tenha larga experiência no assunto ou resolva assumir um investimento com potencial alto de perda. Tenha cuidado!
Alto risco
Uma carteira de alto risco está toda ou quase toda atrelada à renda variável, aquela cujo retorno não pode ser projetado no momento da aplicação.
Nessa carteira, podem constar ações de grandes e médias empresas e até de empresas menores com alto potencial de valorização no futuro (small e microcaps).
Além das ações, o investidor pode aplicar parte dos recursos em derivativos, como opções (para maximizar ganhos e evitar perdas).
Médio risco
Aqui, a volatilidade ocorre, mas não na mesma intensidade. Além da renda variável, parte dos recursos ficam concentrados na renda fixa, para garantir alguma previsibilidade no curto e médio prazo. O médio risco não se associa ao curto prazo, e sim ao médio e longo.
Baixo risco
Nessa categoria, o investidor busca proteger seu patrimônio antes de elevar seus rendimentos. A parcela maior do capital fica restrita à renda fixa, e uma fatia menor pode se situar em fundos de investimento.
O baixo risco, de forma geral, não está atrelado apenas aos tipos de aplicações, mas ao longo prazo projetado para o retorno.
Exemplos de carteira de investimento
Abaixo, veja três exemplos de portfólios para você se inspirar:
R$ 10 mil
Se você quer investir baixo, tenha cuidado com as aplicações de renda variável, como as ações e opções da bolsa de valores.
Além da taxa de custódia e do Imposto de Renda, há taxas de corretagem (R$ 7,00 a R$ 20,00), em cada operação de compra e venda.
Por isso, uma movimentação sem grande planejamento pode provocar mais perdas do que ganhos.
Para quem tem esse montante para investir, é melhor escolher títulos do Tesouro, CDB ou LCI e LCA.
Considere também usar parte do valor para fazer cursos e ampliar seu conhecimento sobre o mercado financeiro.
R$ 100 mil
Um portfólio de R$ 100 mil possibilita maior diversificação nos investimentos.
Nessa hora, é importante pesquisar não apenas as melhores taxas e opções de investimentos, mas também aquelas instituições financeiras que oferecem a maior segurança e o melhor atendimento.
Ao compor o seu portfólio, procure considerar as principais variáveis macroeconômicas, identificar as perspectivas dos principais economistas e vislumbrar o futuro das taxas Selic e do IPCA para carregar suas posições.
Nessa diversificação de títulos e papéis, invista em segmentos e setores em expansão e mire em empresas sólidas, que criam valor.
E antes de investir na bolsa de valores, não deixe de se aprofundar no tema e buscar ampliar sua educação financeira.
Além disso, lembre-se de visualizar um horizonte de longo prazo (por exemplo, três a cinco anos), e não se focar no curto prazo (dias, semanas ou meses).
R$ 1 milhão
Com essa quantia, você precisa, ainda mais, se preocupar com sua educação financeira. Um por cento perdido ou ganho aqui ou lá fará muita diferença no total.
A menos que tenha sólidos conhecimentos em renda variável, você não deve alocar parte considerável das suas reservas para aplicações cujo retorno não é possível calcular no momento do investimento.
Dito isso, com um patrimônio desses, é potencialmente mais perigoso investir apenas em renda fixa do que usar inteligentemente a renda variável como hedge, para criar proteção às suas economias.
Por isso, procure assistência de sua corretora ou de seu banco para aplicar em títulos e papéis que ofereçam bons retornos com baixo risco no longo prazo.
Já que você definiu a estratégia a ser seguida, que tal simular como ficará a sua carteira?
Faça isso definindo os valores percentuais que cada modalidade receberá dos seus recursos totais e analise os três últimos anos da sua estratégia. Como seriam os seus retornos obtidos se você tivesse entrado três anos atrás? A renda variável apresentará as maiores volatilidades em termos de retornos obtidos e nada garante que, no futuro, você terá o mesmo retorno obtido no passado, mas já dá para ver se sua estratégia daria resultado nos períodos passados.
Lembre-se de que você não está apostando o seu dinheiro, você o está investindo. Dessa maneira, não pule etapas planejadas. Se o seu plano era esperar até o capital chegar até determinado patamar e migrá-lo para outra modalidade, então faça isso. A disciplina é algo que faz toda a diferença na sua carteira de investimentos.
Analise sua carteira em relação ao todo, não apenas em relação ao que você pretendia. Por exemplo, você definiu a meta de 12% ao ano de retorno em determinado investimento da sua carteira, mas ele rendeu apenas 8%. Isso é ruim do ponto de vista quantitativo. Mas como foram os mercados como um todo? Se, na média, ninguém obteve mais de 6% durante o período, significa que você está bem acima, mesmo estando abaixo do que esperava inicialmente. Procure ser sempre relativo nas suas análises.
Por fim, se você abrir sua carteira para uma exposição maior, terá o ônus de sofrer mais com a volatilidade de parte de sua carteira, mas também terá o bônus de aumentar muito as suas possibilidades de ganho, pois risco e retorno são dois conceitos que andam de mãos dadas quando se trata de investimentos.
Seguir mais de uma estratégia é interessante para deixar sua carteira de investimentos mais dinâmica e preparada para alguns resultados negativos eventuais. Não se esqueça de que o seu dinheiro precisa atingir os objetivos que você traçou inicialmente e isso não requer, necessariamente, uma análise diária do seu dinheiro. Defina momentos em que você fará a análise dos seus investimentos, algo como uma vez ao mês ou algo aproximado.
Conclusão
Percebe como há muito para aprender sobre carteira de investimentos?
A grande dica é não parar por aqui. Acompanhe nosso blog para ler tudo que você precisa saber sobre renda fixa e variável – sem “economês” e complicações desnecessárias.
Além de aprofundar seu conhecimento em finanças e investimentos, é importante se desvencilhar de preconceitos, como aquele de dizer que nada é mais seguro do que a poupança. LCI, LCA e CDB são três exemplos de aplicações cobertas pela mesma proteção.
Nessa jornada, você vai ver, com cada vez mais clareza, como a caderneta é perigosa, por representar uma ameaça de perda de poder de compra, em vez de uma possibilidade real de valorização do seu capital.
E, aos poucos, vai aprender que a bolsa de valores não é um bicho papão. As ações oferecem muitas possibilidades de ganhos (e proteção) para quem investe com consciência, sempre mirando no longo prazo, em uma carteira diversificada e coberta de seguros.
Mas para se dar bem, é preciso estudar o mercado. E isso você já sabe bem.
Ah e não esquece de dar uma olhada em Materiais Gratuitos.