O estatístico Nate Silver dizia que “quando uma possibilidade não nos é familiar, dificilmente pensamos nela”. Podemos pegar emprestada essa reflexão do colunista do The New York Times para tentar explicar por que algumas pessoas ainda insistem em se deixar vencer pelo conformismo vegetativo em jogar suas suadas economias na sepultura da caderneta de poupança.
Se em décadas anteriores o rendimento da poupança ainda oferecia alguma rentabilidade simbólica, a partir das mudanças econômicas promovidas pelo governo, em 2012, essa aplicação passou a ser estruturada (em situações normais, ou seja, de juros nas nuvens!) para pagar menos do que qualquer outra aplicação de renda fixa!
Hoje vamos mostrar que a comodidade de colocar dinheiro na poupança está trazendo prejuízos silenciosos a você, bloqueando seu crescimento financeiro e suas possibilidades de solidificar um patrimônio para seus filhos (especialmente se compararmos com o que você poderia estar ganhando com investimentos em renda fixa). Vale a pena gastar 3 minutinhos com as próximas linhas. Acompanhe:
Não viva em terreno de galinhas se quiser aprender a voar
Quem tem alguma economia e tem a meta de enriquecer ou, ao menos, construir um bom patrimônio para a terceira idade, não pode nem pensar em aplicar seu dinheiro nas sugestões oferecidas pelos bancos, especialmente se seu gerente mencionar a expressão “caderneta de poupança”. Após as mudanças citadas acima, promovidas, em 2012, sempre que a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) estiver igual ou menor 8,5%, a remuneração da poupança será 70% dessa taxa + TR. Por outro lado, sempre que a Selic estiver acima de 8,5%, volta a valer a regra antiga, ou seja, a remuneração mensal da poupança será 0,5% + TR (cerca de 6% a.a.).
Se levarmos em consideração que a inflação deve ultrapassar facilmente o patamar de 10% em 2015, pode ter certeza que se o seu gerente disser que a poupança não é tão ruim, qualquer que seja o argumento, acredite, você está sendo lesado. De fato, conforme já mencionamos em artigos específicos, quem procura rentabilidade deve buscar planejadores financeiros e outros especialistas em investimentos. Jamais um banco e seus produtos correlatos (inclusive a poupança).
Poupança X Investimentos em renda fixa (na prática)
Os dados foram levantados pelo professor do Ibmec-RJ Alexandre Espírito Santo e publicados no O Globo, no último mês de agosto. Simulando aplicações com um capital de R$ 15 mil e imaginando que o investidor hipotético necessite sacar R$ 500,00 mensais, no prazo de 12 meses, ele chegaria ao montante de R$ 10.089,00 em sua conta poupança (R$ 1.090,00 de juros).
Se, em vez da poupança, nosso investidor tivesse optado por um investimento em CDB que pague 95% do CDI, chegaria a R$ 10.628,00, no mesmo prazo. Se fosse um fundo de renda fixa com taxa de administração de 1% a.a., chegaria a R$ 10.230,00. Ainda que a taxa de administração desse fundo seja a pior possível (2%), no final do período, estaria disponível ao nosso investidor a quantia de R$ 10.106,00. Moral da história: não importa a aplicação de renda fixa a ser comparada, a poupança (em tempos de juros altos) sempre deixa o investidor no prejuízo.
Desmascarando as falsas vantagens da poupança
“É uma aplicação segura”
Isso é relativo. A começar pelo fato de que se o banco quebrar, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) só ressarce aplicações até R$ 250 mil. Ou seja, se você tiver mais do que isso na poupança, é bom que a saúde de seu banco esteja em ordem. Além disso, vale a pena lembrar que outras aplicações em renda fixa, como LCI/LCA e CDB, também são protegidas pelo mesmo FGC. Portanto, a poupança não é mais segura do que outras modalidades de investimento.
“Não ganho, mas também não perco”
Perde sim. Se a inflação atual passa dos 10% e a previsão para 2016 é que esse percentual suba ainda mais, o discreto ganho da poupança é engolido pela inflação, fazendo com que sua rentabilidade líquida seja negativa. Neste ano, por exemplo, se você deixou seu dinheiro na poupança, além de não ganhar nada, você perdeu cerca de 4% do montante aplicado, em termos líquidos (rentabilidade – inflação).
Deixar o dinheiro na poupança só não é pior do que deixá-lo na conta-corrente. LCI, LCA, Tesouro Direto, CDB, fundos DI: todos esses investimentos em renda fixa são mais interessantes do que a caderneta dos bancos, além de terem baixo risco exatamente como a poupança.
“É mais simples”
Já ouviu falar que, quando o assunto é investimento, o que é excessivamente confortável raramente é rentável? Pois bem, a simplicidade da poupança custa caro. Na verdade, em tempos de inflação alta, você está pagando por essa simplicidade. Não vale a pena.
Opções para sair do lugar-comum e fazer de 2016 o ano do crescimento de seu patrimônio
A alta da Selic (que está hoje em 14,15%) favorece aplicações atreladas a essa taxa de juros referencial, já que quanto maior ela estiver, maior será a rentabilidade do investidor. Assim, se as vantagens da poupança já estavam difíceis de serem vistas por lupa, com essa escalada dos juros, as comparações se tornaram impossíveis de serem feitas. E o brasileiro já percebeu que está saindo no prejuízo: em 2014, a captação líquida da poupança caiu 66%, alcançando R$ 24,03 bilhões. Ou seja, cerca de R$ 47 bilhões “desapareceram” das poupanças dos bancos brasileiros, ao mesmo tempo em que aplicações como Tesouro Direto e LCI/LCA estão batendo recordes de aportes. Veja algumas aplicações que podem mudar sua vida financeira.
Investimentos em renda fixa pós-fixados
LCI/LCA
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) têm como vantagem a isenção de IR e a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A maior parte delas tem rentabilidade pós-fixada atrelada ao CDI (referencial sempre muito próximo da Selic) e é esse detalhe que explica porque essas aplicações são tão vantajosas quando os juros estão altos. Baixo risco.
Tesouro Selic (LFT)
Como o próprio nome nos indica, essa aplicação segue a taxa básica de juros, sendo, nos dias atuais, uma ótima opção de investimento em renda fixa. Baixo risco.
CDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa usado pelos bancos para fortalecer suas reservas. Costuma ter rentabilidade atrelada ao CDI (como a LCI/LCA), também é protegido pelo FGC, mas não é isento de IR. CDBs de bancos menores (que podem ser encontrados nas opções das melhores corretoras do país, como a XP Investimentos) pagam até 120% do CDI. Baixo risco.
Fundos DI
Aplicam a maior parte de seu patrimônio em títulos ligados à Selic. Ótimo, portanto, para nosso momento de alta de juros. Uma de suas vantagens é a flexibilidade, já que é possível investir em muitos desses fundos com apenas R$ 50,00. Baixo risco.
Investimentos em renda fixa prefixados
Tesouro Prefixado (LTN)
Estratégia para os investidores que estão esperando que os juros se estagnem nos próximos meses (ou até caiam). Nesse cenário, é possível “garantir” um determinado rendimento, mesmo que a Selic seja reduzida pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Baixo risco.
Tesouro IPCA (NTN-B)
Semelhante ao item anterior, mas, dessa vez, a rentabilidade será ligada a uma taxa prefixada, somada à inflação do período mensurada pelo IPCA. Boa opção para quem quer investir para o longo prazo. Baixo risco.
Diante de tantas opções (que são bem menos complicadas do que você imagina), que tal mudar sua história começando pela mudança de suas atitudes? De início, a contratação de um assessor de investimentos vai lhe assegurar a presença de um profissional com expertise em mercado financeiro para avaliar seu perfil e as melhores oportunidades do mercado. Esse acompanhamento é essencial para que você se liberte dos prejuízos da poupança para, em seguida, montar um portfólio focado em resultados (por meio de investimentos em renda fixa) e que promova o crescimento real de seu patrimônio. Profissionalize sua vida financeira!
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