O private equity não é uma modalidade de investimento tão conhecida como fundos de ações e outros fundos mais tradicionais, mas com certeza é um tipo de investimento bastante interessante.
O fundo private equity faz aplicações em empresas de capital fechado que possuem alto potencial de retorno e em troca recebem participação acionária no negócio. A melhor parte é que esses fundos podem oferecer alto potencial de retorno.
Se você ainda não conhece essa modalidade de investimento leia este artigo até o final para entender o que são e como funcionam os fundo private equity.
O que é o Private Equity?
O que é o private equity? Essa é uma dúvida bastante comum quando falamos desse tipo desses fundos já que essa modalidade de investimento ainda não é tão conhecido por aqui, nas terras tupiniquins.
Um fundo private equity funciona basicamente como um fundo de ações normal, contudo, com uma grande peculiaridade, esse tipo de fundo aplica em empresas de capital fechado, ou seja, que não estão listadas na Bolsa de Valores.
Esse tipo de investimento, que ainda é relativamente nova no Brasil, surgiu nos Estados Unidos por volta de 1980 e desde então têm crescido de maneira acelerada.
Os fundos private equity têm como objetivo captar recursos de investidores para aplicar em empresas que possuem um bom potencial de crescimento a fim de ajudar no seu processo de desenvolvimento.
Mas, ao contrário do ocorre na maior parte dos casos, os investimentos em fundos private equity não são apenas aplicações distantes.
Nesses casos os gestores dos fundos adotam uma postura mais próxima da empresa, ajudando no relacionamento dela com bancos, agregando conhecimento administrativo, renegociando dívidas, aumentando a base de cliente, entre outras coisas.
Dessa forma o gestor do fundo ajuda com basicamente tudo que é necessário para possibilitar o crescimento da empresa, assim, valorizar a própria instituição e o investimentos dos cotistas.
O que você deve saber, no entanto, é que esse processo de maturação de uma empresa não acontece da noite para o dia e pode durar anos.
Por isso, o prazo de de duração dos fundos private equity costuma ser mais longo do que o de um fundo de ações comum. Em geral o prazo desses fundos é de, em média, 7 a 10 anos.
Como funciona um fundo Private Equity?
Agora que já explicamos o que é o private equity, você pode estar se perguntando como funciona um fundo private equity, certo? É isso que vamos falar agora.
Como dissemos, o objetivo desse tipo de fundo é levantar recursos para investimentos em empresas que tenham um potencial elevado de crescimento.
Quando a empresa cresce o suficiente e pode abrir capital na Bolsa, se for o caso, o fundo vende sua participação e, assim, seus cotistas obtém lucro.
Basicamente é assim que funciona, mas todo esse processo é bem definido e pode ser dividido em três etapas.
Fase 1 – Captação e Comprometimento de Capital
Nessa primeira fase é realizada a captação dos recursos e os investidores que desejam investir no fundo informam sobre o quanto querem e aplicar e assinam um termo se comprometendo a realizar aportes.
Esse processo é crucial já que é ele quem determina o quanto de dinheiro o gestor terá à disposição para montar a carteira do fundo private equity durante o seu período de duração.
A medida em que o fundo precisar o administrador do fundo solicita os aportes que os cotistas se comprometeram a realizar.
Fase 2 – Investimento
A segunda fase consiste na escolha, investimento e administração das empresas que vão compor a carteira do fundo.
Em primeiro lugar, o fundo faz uma seleção das empresas que possuem uma boa capacidade de crescimento e que podem se beneficiar do conhecimento de negócios, administração e financeiro ofertada pelo fundo.
As empresas que compõem um fundo private equity podem ser um determinado setor ou de vários setores, conforme interesses do fundo.
Depois de selecionar as empresas começam as negociações do termo de compra. Nesse momento é realizado uma avaliação mais rigorosa das possíveis empresas que podem fazer parte do portfólio do fundo.
É crucial, definir desde o início como será a atuação do fundo no planos de crescimento da empresa.
Após estudar com afinco o valor justo da empresa, o fundo realiza negociações com os acionistas vendedores as condições de compra e venda de parte do negócio.
Com todos os termos de compra e venda determinado o administrador do fundo deverá realizar a chamada para aporte de capital comprometido necessário para efetivar o investimento.
Isso porque os investidores interessados aplicar no fundo private equity não investem todo montante que se comprometeram de uma única vez.
Eles vão fazendo os aportes à medida que o administrador solicita os investimento para realizar novas operações. O valor total do montante comprometido pode ser aplicado em várias parcelas.
Assim que o administrador possui o dinheiro em caixa pode, por fim, efetivar o investimento na empresa que escolheu, fornecendo recursos para que ela possa aproveitar o máximo de sua capacidade.
Fase 3 – Desinvestimento
Depois de completado todo ciclo investimento pode ser que algumas empresas do portfólio já tenham conseguido se expandir e estejam iniciando amortização ou pagando dividendos.
Mas, em alguns casos, as empresas não conseguem se manter no mercado e acabam fechando. Nesse cenário há perda total do valor investido.
Para compensar, nos casos em que as empresas tiveram sucesso, o retorno pode ser muitas vezes maior do que valor da aplicação inicial e quando isso acontece o administrador pode começar a executar estratégias de saídas.
As saídas das empresas que já apresentaram boa valorização podem ocorrer em alguns cenários comuns:
- IPO (Initial Public Offering) – abertura de capital, quando a empresa passa a ser negociada na Bolsa de Valores
- Fusão & Aquisição – quando a empresa é vendida ou incorporado por outra empresa maior
- Outro fundos de private equity – nesse caso outros fundos podem optar por comprar a empresa e continuar com seu processo de expansão a fim de atingir níveis ainda mais altos
Quando o fundo encontra um comprador no mercado o processo de venda é efetivado. Isso acontece com todas as empresas até que todo o investimento do fundo seja liquidado.
Caso alguma empresa tenha perdido valor durante o processo o valor da perda é incorporado pelo fundo.
Caso o retorno do fundo tenha sido maior do que o acordado em contrato o gestor pode cobrar uma taxa de performance dos cotistas, assim como no caso dos fundos de ações e fundos multimercados.
Por fim, o valor é distribuídos aos cotistas.
Que tipo de empresa compõe os fundos private equity
Como já falamos os fundos private equity têm como objetivo investir em empresas que possuam um bom potencial de crescimento, mas isso não é o único fator importante na hora de definir se a empresa fará ou não parte do portfólio desse tipo de fundo.
A relação entre o fundo e a empresa é muito próxima e para que as coisas funcionem da melhor maneira é necessário que haja um alinhamento entre o gestor e o empreendedor.
Esse é um dos principais fatores considerados na hora de que um fundo escolhe uma empresa para investir.
Os sócios do negócio devem trabalhar juntos, formulando e reformulando estratégias para atingir o nível mais alto de seu potencial. Por isso essa relação deve ser bastante próxima e ordenada.
Se isso não acontecer o gestor do fundo pode encontrar empecilhos para auxiliar no crescimento da empresa, enquanto o empresário pode se sentir bloqueado dentro de seu próprio negócio.
Além da necessidade de um bom relacionamento entre os sócios, para entrar no radar de um fundo private equity a situação real financeira da empresa também pode ser crucial.
Em muitos casos, além de um modelo de negócio promissor os fundos também podem querer investir em empresas que, de preferência, já tenham um faturamento consolidado.
Porém, isso não é uma regra, aliás os fundos podem ser subdivididos de acordo com o perfil das empresas nas quais investem.
Tipos de Fundos Private Equity
Como dissemos os fundos private equity podem ser divididos em categorias conforme o estágio de desenvolvimento das empresas nas quais investem.
Basicamente são três grupos de fundos nessa modalidade:
- Seed Capital
- Venture Capital
- Private Equity
Seed Capital
O Seed Capital é um investimento de altíssimo risco, pois aplica em empresas que estão praticamente no seu ponto de partida, daí a origem do nome Seed Capital que traduzindo para o português quer dizer “Capital Semente”.
Nesse tipo de fundo a ideia é fornecer recursos para que empresa possa sair do papel e dar os seus primeiros passos. Em troca o investidor começa a fazer parte da composição acionária do negócio.
Para contrapor o alto nível de risco, já que se a empresa não der certo o investimento é perdido, esse tipo de aplicação é vista como uma modalidade com alto potencial de retorno embora, em um primeiro momento, não tenha nenhum lucro.
Venture Capital
O Venture Capital é uma modalidade bem parecida com o Seed Capital, mas nesse caso o nível de risco é menor, já que os investimento são realizados em empresas que já iniciaram sua trajetória, as chamadas start-ups.
A ideia aqui é conseguir oferecer recursos para que a empresa possa se manter firme durante seus primeiros passos, quando os negócios já estão acontecendo e gerando receita, mas o lucro ainda não existe ou é muito pequeno.
Nesse caso o investidor também é compensado com participação acionária na empresa.
Private Equity
No caso do private equity a recompensa para o investidor também é uma participação acionária na empresa, porém, aqui o risco é menor, já esse tipo de aplicação é direcionado para empresa que já estão há mais tempo no mercado.
Nessa modalidade o objetivo principal é fomentar o desenvolvimento do negócio aproveitando o máximo de seu potencial e não financiar os primeiros passos da empresa.
Quem pode investir em fundos Private Equity
Um fundo private equity é um tipo de investimento que pode ser feito por empresas, instituições financeiras, fundos de investimento e também por investidores individuais.
Porém, como esse tipo de investimento está sujeito a um grau de risco elevado e demandam um montante maior para aplicação, ele pode se tornar inviável para a maioria dos investidores.
Quem vai determinar exatamente qual o perfil de investidor é a administração do fundo.
Muitas vezes os fundos private equity são disponibilizados apenas para investidores qualificados ou profissionais, ou seja, que possuem pelo menos R$ 1 milhão ou R$ 10 milhões em aplicações financeiras, respectivamente.
Quais as vantagens de receber um investimento de um fundo private equity?
Se você tem uma empresa com potencial para receber investimento private equity, saiba que isso pode ser uma ideia interessante.
Além do capital investido que pode ser crucial para o processo de crescimento da empresa, a atuação do fundo private equity também ajuda em outras questões como a gestão do negócio, por exemplo contando com uma equipe com expertise na área.
Outras vantagens do investimento ainda incluem:
- Ganho de competitividade
- Aumento de capital
- Melhor reputação frente ao mercado
- Diversificação de risco do negócio
- Expansão para novos mercado
Vale a pena Investir em fundos Private Equity?
Com certeza receber um investimento via private equity é uma interessante, mas será que vale a pena investir em um fundo private equity?
Apesar desse tipo de investimento estar se tornando cada vez mais acessível no mercado, fazer esse tipo de aplicação não é para qualquer um e necessita de uma boa avaliação antes.
Em primeiro lugar é preciso ressaltar que o foco desse tipo de fundo são os investidores do Private Banking que possuem maior capital disponível para investir, isso porque não é recomendado que o investidor não tenha um percentual tão alto de sua carteira nesse tipo de aplicação.
O ideal é que o valor destinado para fundos private equity não supere a casa dos 10% do valor total do seu portfólio de investimento.
Esse requisito pode complicar um pouco, visto que aplicação mínima aqui costuma ser alta, embora esse cenário esteja se modificando aos poucos.
De qualquer maneira, manter um baixo percentual aplicado em fundos private equity é essencial para conseguir mitigar os riscos da sua carteira, visto que esse tipo de investimento está sujeito a um grau de risco mais elevado.
Além disso, se você quiser investir em fundos private equity precisa estar disposto a abrir mão da liquidez. Isso, porque como já falamos o processo de maturação de uma empresa não ocorre de maneira rápida, ou seja, o retorno do fundo também pode demorar para aparecer.
Em geral a duração desse tipo de investimento varia entre 7 e 10 anos. Por isso, antes de fazer esse tipo de aplicação avalie se pode deixar o seu dinheiro investido por tanto tempo e se está disposto a correr riscos. Para compensar o risco e a falta de liquidez a taxa de retorno desses investimentos podem ser bem elevadas, ultrapassando a casa dos 30% ao ano, o que tornam os fundos private equity bastante atraentes para muitos investidores.