O Tesouro Direto é uma das portas de entrada dos investidores do mercado financeiro. Sem dúvida, esse fato se deve à segurança que esse ativo proporciona aos investidores. Portanto, em geral, o primeiro passo a que se pode escapar da poupança é investir no mercado de títulos do governo.
Nesse sentido, o Tesouro Direto apresenta sim boas oportunidades de rentabilidade para os investidores. Contudo, é importante conhecer sobre termos de economia como um todo, como taxa Selic e IPCA, dado que muitos títulos do tesouro nacional são indexados a esses indicadores. Dessa forma, vale a pena entender a fundo as modalidades desse tipo de investimento.
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um mercado de títulos públicos que pode ser negociado com instituições financeiras, o público e investidores em geral. Portanto, o mercado inclui a venda de títulos públicos por qualquer cidadão por meio de ato de corretagem.
Para dar uma ideia geral de porque esses títulos são negociados, vale lembrar que essa é a forma de financiamento do governo federal. Portanto, quando o governo precisa se endividar para cumprir o seu orçamento ele irá recorrer ao mercado, dessa forma, o governo irá ofertar títulos públicos em troca do pagamento do valor arrecadado acrescido de uma rentabilidade que irá depender do indexador de cada tipo de título público negociado.
Como faço para comprar um título do Tesouro Direto?
A comercialização de títulos do Tesouro Direto é realizada através de Corretoras de Valores. Dessa forma, qualquer investidor que queira aplicar parte do seu dinheiro em títulos públicos deverá abrir uma conta em uma corretora de valores, esses são os intermediários financeiros entre o público em geral e o Tesouro Nacional.
Quem é a garantia do Tesouro Direto: A Corretora ou o Tesouro Nacional?
Apesar da aquisição do título público ser feita através de uma corretora, o título em si não fica custodiado na corretora e sim na CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. Dessa forma, mesmo que a Corretora venha a falir você não irá perder o dinheiro aplicado no Tesouro Direto, dado que a garantia desse título é feita pelo Tesouro Nacional.
Portanto, o único risco de inadimplência é a decisão do governo federal de não mais pagar a dívida pública, ou seja, anunciar a suspensão da execução da dívida. No entanto, não importa se o governo está no poder, essa é uma possibilidade muito pequena. O governo não fará isso porque, se o fizer, o custo de obtenção de novos empréstimos será maior no futuro.
Além disso, no final, se o governo não tiver mais a capacidade de executar seu orçamento, é mais provável que emita moeda do que anuncie uma suspensão. Portanto, o investimento no Tesouro Direto é um dos investimentos mais seguros do setor financeiro.
Títulos públicos são tributados?
Os títulos públicos, assim como os demais investimentos em renda fixa, também sofrem incidência de Imposto de Renda. Nesse sentido, eles obedecem à tabela de tributação regressiva que funciona da seguinte maneira:
- Resgates, vencimentos e pagamentos de cupons até 180 dias de aplicação: 22,5% de IR;
- Resgates, vencimentos e pagamentos de cupons entre 181 até 360 dias de aplicação: 20% de IR;
- Resgates, vencimentos e pagamentos de cupons entre 361 até 720 dias de aplicação: 17,5% de IR;
- Resgates, vencimentos e pagamentos de cupons após 720 dias de aplicação: 15% de IR;
Alguns pontos são importantes ser lembrados, a incidência de IR é apenas sobre os rendimentos auferidos na aplicação realizada. Além disso, o desconto do IR é feito de forma automática, portanto, não é necessário que o investidor realize o recolhimento a partir da emissão de uma guia de arrecadação.
Quais as opções de aplicação disponíveis do Tesouro Direto?
Há diferentes modalidades de investimento em tesouro direto disponíveis. Nesse sentido, os investidores devem levar em consideração alguns aspectos, como escopo do investimento, visão da economia brasileira, etc. Portanto, apresentaremos as opções disponíveis no período mais recente:
Tesouro Selic
Os títulos do Tesouro Selic são títulos do governo prefixados, indexados pela taxa Selic. Esse tipo de segurança é fácil de entender, depende totalmente da variação da Selic. Nesse sentido, vale ressaltar que, embora a Selic tenha uma meta para a taxa anual, ela muda a cada dia.
Portanto, a rentabilidade dos investidores que investirem no título será o somatório das variações diárias das taxas de juros Selic desde a data da aplicação até a data do resgate. Nesse sentido, se a taxa Selic subir, o retorno será maior, se a taxa Selic cair, o retorno será menor.
Esse investimento é o mais comum para quem está iniciando e também para quem utiliza o Tesouro para guardar a reserva de emergência. Visto que a previsibilidade desse ativo é uma das maiores possíveis, portanto, caso seja necessário o resgate não há o risco do ativo estar desvalorizado naquele momento.
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado apesar de também ser simples entender demanda uma análise mais apurada antes de realizar o investimento. Nesse caso, o investidor irá aplicar o seu dinheiro a uma taxa de rentabilidade prefixada por um determinado período. Dessa forma, caso você aplique por um prazo de 5 anos a uma taxa de 7% ao ano, o Tesouro Nacional irá entregar esse valor de volta para você dentro do prazo estipulado a essa taxa.
No entanto, deve-se observar que caso seja necessário resgatar esse título antes do vencimento, o valor do resgate dependerá das condições de mercado vigentes. Nesse sentido, este não é um bom investimento para reservas emergenciais, pois se houver necessidade de antecipação de resgates pode resultar em perdas de capital.
Em geral, a taxa prefixada é baseada na expectativa sobre a taxa Selic. Dessa forma, caso você entenda que a taxa Selic irá subir acima do patamar da taxa pré-fixada no período em questão, esse não é um bom investimento. Contudo, caso você entenda que a Selic esteja em trajetória de queda, essa pode ser a melhor opção para aplicação em títulos públicos.
Tesouro Prefixado com juros semestrais
Este título público é muito semelhante ao anterior. O título também é um título de taxa fixa com uma data de vencimento predeterminada. Porém, nesse caso, o Tesouro Direto pagará a você os juros prometidos a cada seis meses. Em suma, os investidores receberão ativos em prestações em vez de receber o valor total dos ativos devidos.
Geralmente, essa é uma boa escolha para pessoas que precisam de uma renda regular para atender ao seu orçamento pessoal. Dessa forma, o investidor deixa de receber uma pequena parcela semestralmente, como se recebesse dividendos, em vez de ficar apenas com o valor do investimento por um longo tempo.
Todavia, vale ressaltar que nessa modalidade caso seja necessário realizar resgate antecipado também é possível haver perdas devido à situação vigente do mercado. Portanto, esse tipo de título também não é indicado para quem seja aplicar a reserva de emergência.
Tesouro IPCA +
Esse título do tesouro nacional é em suma indexado à variação do IPCA, principal índice de inflação do Brasil. Em geral, a rentabilidade desse tipo de título público é uma taxa de juros fixa acrescida da variação do IPCA no período de aplicação
O título geralmente é comprado por investidores que desejam se proteger da inflação. Como esse investimento é pago com base em uma taxa de juros fixa mais uma taxa de inflação, além de garantir que os investidores mantenham seu poder de compra, eles também podem obter benefícios efetivos de uma taxa de juros fixa pré-determinada.
Normalmente, esse investimento é de longo prazo. Esse é um tipo de investimento que é utilizado até em planos de aposentadoria, pois na maioria das vezes é de longo prazo, então vai garantir que o capital investido ficará protegido da inflação por um longo período.
Tesouro IPCA+ com juros semestrais
O funcionamento desse título é praticamente idêntico ao título anterior. A única diferença é que esse título realiza a remuneração de juros a partir de pagamentos semestrais. Dessa forma, esse seria um título indicado para quem quer se proteger das variações da inflação mas precisa de fluxos de rendimentos constantes.
No entanto,é importante ressaltar que em todos esses títulos incide a tabela regressiva de IR. Portanto, os juros pagos no primeiro semestre do ano gerarão um IR superior ao dos juros pagos após dois anos no pedido de títulos públicos. Portanto, esse é um fator que deve ser considerado por quem opta por títulos do governo com juros semestrais.
Principais vantagens de investir no Tesouro Direto
Pode-se destacar que a principal vantagem de investir no Tesouro Direto é a relação retorno x risco. É um dos investimentos mais seguros do mercado financeiro brasileiro. Portanto, devido ao baixo risco de crédito, a rentabilidade proporcionada por esses títulos acaba se tornando um atrativo.
Além disso, vale ressaltar que esses ativos possuem alta liquidez. Dessa forma, é uma boa opção para a reserva de emergência. Dado que em caso de necessidade de resgate, o investidor não terá problemas em liquidar esses ativos. Além disso, a liquidação desses ativos costuma ser de no máximo um dia.
Conclusão
Todos os investidores devem considerar investir no Tesouro Direto. Embora existam opções com maior rentabilidade no mercado de ações, é possível implementar uma estratégia de gerenciamento de risco que inclua títulos públicos de longo prazo como alternativa para dar mais segurança às carteiras de investimentos, por exemplo.
Portanto, investir no Tesouro Direto é outra opção, principalmente para os investimentos recém-iniciados no mercado financeiro, sendo assim, é importante entender como cada segurança disponível funciona e como eles se encaixam em sua estratégia de investimento.